O Movimento Popular de Saúde da Paraíba, MOPS-PB, tem, desde o final da década de 1970, ampla ação no desenvolvimento de múltiplas práticas a nível local e comunitário relativas ao reconhecimento e valorização de modos de cuidados integrais, da promoção da saúde e tratamento que consideram o saber e a autonomia das pessoas, particularmente das práticas e movimentos populares de saúde. Nessa caminhada, o MOPS-PB vem reunindo sujeitos de práticas e movimentos populares de saúde, bem como trabalhadores e trabalhadoras da saúde, comprometidos com a luta cotidiana pela garantia do direito a saúde e da organização social de sujeitos articulados nesta perspectiva.
Desde 2012, o Movimento Popular de Saúde (MOPS) da Paraíba vem passando por um processo de rearticulação no Estado, com a liderança de Dona Palmira Lopes, de Jacaraú-PB, e referência histórica do Movimento, com o apoio do Programa de Educação Popular em Saúde (ProgEPS) e da Coordenação de Educação Popular (COEP) da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Federal da Paraíba. Em 2012, seu encontro inicial para discussão da rearticulação foi promovido pelo SEAMPO - Setor de Estudos e Assessoria a Movimentos Populares do CCHLA/UFPB.
Seguindo este processo em 2013 com o apoio intensivo da COEP e do ProgEPS, o MOPS realizou uma série de vivências para integração, diálogo de saberes e maior visibilização das experiências e práticas populares em saúde no Estado.
MOPS Paraíba - Situando o histórico desta caminhada
O Movimento Popular em Saúde – MOPS no Estado da Paraiba se caracteriza por ser um movimento de livre iniciativa da sociedade civil, particularmente dos atores das práticas e movimentos populares de saúde, bem como trabalharas e trabalhadores de saúde, que tenham a compreensão da saúde como bem social.
Neste sentido o MOPS busca reconhecer e valorizar as práticas naturais e holisticas em saúde, sobretudo, as práticas populares de saúde que historicamente se constituem na base empírica da medicina acadêmica, incluindo a espiritualidade como esfera promotora do equilíbrio do individuo.
Desde o final da década de 1970, o MOPS-PB tem tido ampla ação no desenvolvimento de múltiplas práticas a nível local e comunitário relativas ao reconhecimento e valorização de modos de cuidados integrais, da promoção da saúde e tratamento que consideram o saber e a autonomia das pessoas.
Para além da ação imediata no atendimento aos enfermos, o MOPS também promove ações de mobilização, articulação e organização de eventos que subsidiam o debate em torno do atendimento eficaz no campo da saúde no Estado, muitas vezes, corroborando para a eficiência das políticas nacional de saúde em nosso país.
Com o advento do processo de redemocratização do País, muitos movimentos sociais, credores de que em tempos de democracia as demandas objeto de suas lutas seriam de pronto atendidas pelo Estado, foram, aos poucos diminuindo suas ações. Isto porque muitos desses movimentos com o advento da implementação da descentralização das políticas públicas, ficaram a espera que o estado democrático de direito as atendessem, em função de conhecedor de suas necessidades. Porém, a história tem demonstrado e exigido que as frentes de lutas, em verdade, se constituem em importantes canais de diálogo entre os atores sociais em sua singularidade e as instancias governamentais, com vistas a assegurar e auxiliar o estado no cumprimento dos seus deveres.
A conquista do Sistema Único de Saúde – SUS, política pública assegurada na Constituição Federal de 1988 e a sua implementação, através da Lei Orgânica de Saúde, Lei 8.080/90 e 8.142/90, inaugura, uma nova forma de luta, desta vez, para consolidar um sistema publico, humanizado e com qualidade, na perspectiva da realização dos seus princípios: universalidade, integralidade, equidade e da participação social, além de definir suas diretrizes organizacionais.
Por razões desta natureza, desde meados da década de 1990, o MOPS-PB passa por um período de pouca mobilização, visto que, outros segmentos sociais e movimentos populares, entram em cena na luta e defesa dos direitos humanos: direito à saúde, entre outros, a exemplo do movimento AIDS, LGBT, feminista, moradia, trabalho, luta pela terra etc.
Mesmo com atuação mais voltada para grupos atuando em torno das terapias naturais e holísticas, o MOPS-PB continuou existindo, mesmo com muitas dificuldades para articular e mobilizar seus atores.
A partir da atuação de setores do movimento estudantil, professores, ativistas e militantes sociais, articulados em torno da extensão, através de iniciativas da educação popular e dos movimentos sociais com foco na saúde, além do envolvimento de outros coletivos como a Articulação Nacional de Práticas e Movimento em Educação Popular e Saúde - ANEPS, Articulação Nacional de Extensão Popular – ANEPOP, Rede de Educação Popular e Saúde – REDEPOP, Setor de Estudos e Assessoria a Movimentos Populares – SEAMPO/CCHLA/UFPB, o MOPS-PB sempre teve em seu histórico reconhecida contribuição em espaços nacionais, regionais e locais em defesa e valorização das práticas populares de saúde. Voltar a ter ações efetivas no fortalecimento do movimento popular em saúde no estado, na região e no país, se constitui no objetivo deste projeto.
* Texto construído em 2012 por atores de setores da UFPB parceiros do MOPS-PB: SEAMPO - Setor de Estudos e Assessoria a Movimentos Populares do CCHLA/UFPB, Programa de Educação Popular em Saúde (ProgEPS) e Coordenação de Educação Popular (COEP) da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade Federal da Paraíba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário